Mulheres e a mudança hormonal

As mudanças hormonais são uma parte natural da vida das mulheres, influenciando não apenas na saúde física, mas também no bem-estar emocional. A Dra. Luciana Pechmann, endocrinologista do Centro de Diabetes Curitiba, destaca a importância de entender e gerenciar essas alterações hormonais para uma melhor qualidade de vida.

“A mulher tem essas características de flutuação de hormônio. Então, o ovário, que é o principal órgão reprodutor, normalmente, depois que a mulher tem o ciclo menstrual, começa a produzir uma grande quantidade de estradiol, na chamada fase folicular”, explica a Dra. “Esses primeiros 15 dias após a menstruação são uma fase em que a mulher se sente melhor, rende mais na atividade física e se sente disposta e animada. Logo depois, se não estiver tomando anticoncepcional, ela ovula, e o grande hormônio da ovulação é a progesterona, aí tudo se inverte. Nessa fase, a mulher se sente indisposta, inchada, fraca e não produz tanto na academia, além de ter mais vontade de comer doces”, explica a médica.

Segundo a especialista, o ciclo hormonal mensal afeta a maioria das mulheres, com variações de intensidade nos sintomas. “Algumas mulheres experimentam mais esses sintomas, enquanto outras sentem menos, até que a menstruação chega novamente e o ciclo recomeça”, completa a endocrinologista.

A Dra. Pechmann enfatiza a importância de buscar ajuda médica quando os sintomas hormonais começam a interferir na qualidade de vida. “A partir do momento que isso começa a incomodar a mulher, com mudanças de humor antes da menstruação, tristeza acentuada, irregularidade na menstruação ou queda de cabelo mais acentuada, é a hora de procurar um endocrinologista, que é especialista na avaliação hormonal, para ver o que está acontecendo”, aconselha.

O diagnóstico em uma consulta médica envolve várias etapas, começando com a anamnese, uma conversa detalhada onde a paciente expõe todos os sintomas. “A partir daí, o endocrinologista faz um raciocínio clínico, seguido do exame físico, que pode detectar várias alterações glandulares, e exames hormonais e metabólicos. Eventualmente, pode ser necessário algum exame de imagem para fechar a hipótese diagnóstica”, explica.

Segundo a endocrinologista, algumas patologias glandulares são mais comuns em mulheres, como as doenças da tireoide, onde o hipotireoidismo e, muitas vezes, o hipertireoidismo são mais frequentes no sexo feminino. “O hipotireoidismo, por exemplo, tem uma frequência três vezes maior nas mulheres do que nos homens”, afirma. Outro problema comum é a síndrome dos ovários policísticos, caracterizada por uma alteração nos hormônios produzidos pelo ovário, como o estradiol e a progesterona. “Essa condição desbalança todo o ciclo menstrual da mulher e pode gerar o aparecimento de pelos em lugares indesejados, como a região do bigode”, comenta.

O que muita gente não sabe, mas que vale destacar, é que a síndrome dos ovários policísticos é extremamente comum e precisa ser bem tratada, pois é um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 com o avanço da idade.

Para amenizar  os sintomas das alterações hormonais

As mudanças hormonais fazem parte da vida da mulher, e entender como gerenciá-las pode fazer uma grande diferença no bem-estar diário. Após passar por uma avaliação médica e os exames estarem regulares, uma das dicas da Dra. Luciana, como forma de amenizar os sintomas das alterações hormonais é a prática da atividade física . “A atividade física melhora o humor, e ao ser realizada ao ar livre, expõe a pessoa ao sol, que é essencial para a síntese de vitamina D, além de melhorar a parte muscular e metabólica. Uma alimentação balanceada, com pouco açúcar e carboidratos refinados e uma boa ingestão de líquidos, também contribui para uma qualidade de vida mais adequada”, recomenda.

Consultar um endocrinologista é fundamental para um diagnóstico adequado e tratamento eficaz, garantindo uma vida mais saudável e equilibrada.

Autor: Centro de Diabetes Curitiba –
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